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Foto do escritorOrlando Coutinho

Pai Nosso

Martinho Lutero é uma figura incontornável do cristianismo.

Na “Explicação do Pai Nosso”, oração fundamental para quem vive a fé cristã, traz-nos aquele que era o seu rigorismo na forma de interpretar a relação do Homem com o transcendente.

A ele, mas não só, se deve a rutura com Roma e a divisão dos diferentes modos de interpretação religiosa na relação com Jesus Cristo e com Deus Pai.

As 95 teses são o principal marco da severidade com que via o posicionamento do Homem perante Deus e o papel que cabia ao “mediador” Igreja nesta interação.

Esta pequena, mas densa, obra traz-nos o limite de um certo ascetismo cristão que – no seu entendimento – deve ser totalmente desprendido de todas as “paixões terrenas” para ser vivificado exclusivamente no plano espiritual.

A prestinação como apologética e valência no acesso – difícil, ou mesmo impossível – a Deus é concebida, neste escrito, através de sete petições para sensibilizar o Pai a ter piedade desta condição, a humana, que não se desprendeu do “pecado original”.

Em boa hora, agosto de 2018 – as Edições 70, coligiu este documento central para a compreensão das diferentes visões do cristianismo, neste caso, do protestante.

Da leitura que fiz e do privilegio da explicação complementar do Professor Tiago Cerejeira, no Clube de Leitores de Filosofia de Braga – seguido de um animado debate, resulta a importância do documento que, em meu modesto entender, está carregado de um estoicismo invulgar dificilmente compaginável nos tempos que atravessamos e que do ponto de vista psicológico embevece-se de aporias cuja a natureza dual – física e espiritual – do humano dificilmente se comporta. E quão útil é o revisitar destes textos numa altura em que há debate público sobre o celibato e as suas (des)vantagens.

Bem Vistas as Coisas, o sobrenome de Martinho, bem podia ser “Austero” em vez de Lutero.

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