Joana Amaral Dias respeitou uma das mais inalienáveis liberdades da mulher: ser mãe!
E fez bem.
E é sempre bom começar a ver alguém a fazer coisas certas quando as esperanças num mundo melhor são, porventura, vagas.
Joana tem feito tudo bem de há uns tempos a esta parte. E os exemplos são vários, senão vejamos.
Seguindo a boa tradição da esquerda que clama transparência, nada melhor que pôr tudo a nu! Num simbolismo artístico político inédito.
Ao chamamento <<dar o melhor de si>> , deu! E é aquilo e não mais, o seu melhor. E já não é pouco, aqui entre nós.
E mais importante: inaugurou um espírito dadaísta na política portuguesa quando as preocupações estéticas estão tão fora das cogitações dos principais intervenientes havendo queixas fundamentadas com a despreocupação e o modo como se comunica. E há falta de palavras expressivas – e Joana é, como sabemos, uma excelente tribuna - nada melhor que fazer cair as vestes sem a vergonha que a limitação divina nos impôs por uma simples trinca na maçã do Éden.
Acho que o arrojo de Joana é de saudar. Não porque seja novidade, já que a sua ação pode entender-se como um paralelismo fotográfico, ao que de escultural nos propôs Jeff Koons e Chicholina, ela que foi uma proeminente política italiana fundadora – para os mais desatentos – do Partido do Amor! Quanto a Joana, não fosse a inviolável vida de que é recipiendária, perante tamanha exposição, dava vontade de erguer alto a bandeira - do seu partido - e Agir! Com o Amor, claro! O Político, para desperconceituar o paralelismo entre ambas as políticas e não criar revivalismos ao jeito de Jim Reynolds em “Le donne di Mandigo”. Mas vale mais estar quieto porque afinal na política o que conta é a substância, mas a das ideias. E dessas estaria, porventura, interessadíssimo o Professor de Estética Política da Universidade de Paris Jacques Rancière. Se Joana dissesse um pouco mais, claro.
Mas Joana não precisa de dizer mais nada durante a campanha. Outros, como eu, tentarão interpretar o simbolismo da ação fortuita (?!) com que nos privilegiou. E ela é alternativa, porque a Coligação PAF, estrutura o seu pensamento “na obra dos últimos 4 anos”. O PS na dialética “daquilo a que se propõe fazer nos próximos 4”. Joana aparece com a alternativa estética, que rompe com o espectável cujo simbolismo dispensa palavras: transparência total; beleza - nas ações; e esperança, porque afinal espera-se uma nova vida, quiçá uma vida nova.
Bem Vistas as Coisas, Joana Amaral Dias trouxe à política portuguesa um conceito estético simbólico que deve ser estudado: transparência, beleza e esperança. É pois uma alternativa nunca antes considerada.