Conforme as escrituras, “ex ante” o título, faria supor um texto de cariz religioso.
Não é o caso, embora o olfacto simétrico o possa detectar, pela metáfora implícita – já que, falarei das “experiências religiosas” de um democrata – cristão: José Ribeiro e Castro.
Seria dispensável, aos que melhor me conhecem, fazer uma prévia declaração de princípio, ainda assim concedo-a. Tenho admiração pessoal (homem sério e intelectualmente honesto), Ideológica (é um democrata – cristão e basta) e política (partilho muitas das suas preocupações, sobretudo as cívicas, como o 1º de Dezembro e a questão Oliventina). Escusado será dizer que estive com ele, pela já invocada ligação ideológica e pelo institucionalismo, quando se candidatou à liderança do partido, primeiro; e quando queria levar o seu mandato até ao fim – mais tarde. Paguei um preço elevado por isso, para usar das palavras em recente entrevista à SIC, do irrevogável Presidente do CDS. Sem arrependimentos, já que o preço que a minha consciência me faria pagar seria ainda mais elevado se a ela fugisse. Dito isto, vamos à “estória”.
José Ribeiro e Castro teve, nos últimos tempos, posições altamente “religiosas” – leia-se, políticas.
1.º A Morte. Anunciou a morte do CDS em artigo ao jornal Observador de 11/08/15.
2º Os 10 Mandamentos. Em 10 artigos ao Blog Avenida da Liberdade, dissecou sobre a formação de listas no CDS que integrarão a Coligação Portugal à Frente.
3º As Aparições. Consta-se que será visto na rentrée do PS.
Deixem-me fazer um hipérbato para ganharmos em objetividade.
Sobre o segundo ponto basta ler o artigo “A lista de Portas”, neste Blog, e perceber que José Ribeiro e Castro, também Conselheiro Nacional, poderia ter proposto – formalmente - modelos alternativos à forma como as listas se conceberam: não o fez. Receita: “óleo de fígado de bacalhau”!
Já sobre a mais recente notícia de que participará nas Universidades da JS há que dize-lo com toda a franqueza: tiro no pé! E para quem é “jogador da bola” e se queixava que os colegas não lha passavam, é grave, porque sem pé, não se joga! Sem pé afoga-se… Não que não possa participar no evento, a exemplo do que fez Mário Soares nas Universidades da JSD, em que foi brindado (pasme-se!) com um <<Soares é fixe>>. É que, em época eleitoral, um ex-presidente do CDS dos que “contam para o campeonato” , meter golo na própria baliza, não fica bem.
Para o fim, o que anunciei no princípio: a Morte. Até porque ela é o fim e o inicio de tudo, ou por outras palavras (usando as de Miúcha com António Carlos Jobim), <<a gente mal nasce começa a morrer>>. Como pode dizer-se morto um partido que foi bálsamo em tempos de crise? Como pode dizer-se morto um partido que impulsionou a inversão do ciclo recessivo? Como pode dizer-se morto um partido que levou para o centro económico as exportações? Como pode dizer-se morto um partido que teve o melhor desempenho de sempre na gestão da agricultura? Houve erros? Certamente! E muitos, para não “tapar o sol com a peneira”. Discuti-los abertamente? Sim, sempre! Mas estaremos a esquecer o “memorando” assinado a três? Ou estaremos a atribuir 90% da culpa a quem só teve 10% dos votos? <<A César o que é de César, a Deus o que é de Deus>>.
Quem advoga que o sistema está doente, não é abandonando um dos “doentes” que ademais é seu de sangue, que a cura surge. A não ser que haja mais uma “experiência religiosa” perpetrada por um Santo e na política não consta que eles vagueiem.
Bem Vistas as coisas, o CDS está bem vivo e recomenda-se. Ou porque não morreu, como recomenda a Gnose, ou porque, “ressuscitou ao terceiro dia” – para os que têm mais fé!